Vida de um cabo-verdiano


















Já falavam que o pouco aqui dentro era muito
E que a solução não era emigrar,
Mas a seca de longos anos
veio clarear a saída que eu não queria

As incertezas de um pão de cada dia,
As incertezas de uma felicidade num pedaço de chão,
Até parece utopia,
Até parece romance de meninice

Aí esta minha drama de querer ficar e ter que pensar em sair do meu canto,
Aí esta minha vontade de fincar os pés na terra,
Que é amedrontada pelas minhas belíssimas más condições de sobreviver

Porquê que a vida de um cabo-verdiano é uma afronta?
Isso mesmo,
Uma afronta de cada dia
Em volta de um mar azul,
Que produz esperança
E que apaixona "kretxeu " de terra longe
Fazendo distanciar um crioulo enraizado

Aí esta drama,
Da seca,
Do amor,
Do mar,
Da saudade que vou ter
Pela má conjuntura da vida

Aí vida de cabo-verdiano... 

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