Celas


Entrando nas celas vejo os meus dias de glória 
Os meus dias de enormes felicidades 
Desvaindo em gotas de tristeza 
Mergulhando em ondas de negatividade escritas no meu rosto 

Entrando nas celas,
Vejo aquele sonhador de belos caminhos 
Abraçado a utopias como a unha ligada a carne 
Um sonhador que os sonhos foram destruídos 
e colocados em uma cela fria e escura 

Entrando nas celas, 
Vejo um marinherio
Apaixonado pelo mar 
E encantado pela moça das ondas 
As mesmas ondas que lhe dão liberdade 
As mesmas ondas que ele vê ao longe através da pequena janela de ferro 

No corredor dessas celas
Sinto a voz de um jovem
Uma voz doce, cheia de vida e amargurada 
Cantando a morna mais triste que alguma vez ouvi 

Entrando nas celas, 
Um escritor rasgando os seus textos,
Folha por folha 
Algemado à mente e ao coração 

Entre celas e ferro, 
Vejo tudo
Menos a liberdade, 
Sinto tudo 
Menos o ar puro das ilhas 
Entre celas e ferro... Há só imaginação

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